Pé de Livro - Maiá Gozzano

domingo, 24 de outubro de 2010

Esquecemos um livro no ponto de ônibus

Ontem "esquecemos" um livro num ponto de ônibus pela primeira vez. Tomara que quem tenha achado tenha gostado da ideia, e depois de ler, passe pra frente, como convidamos.
Seria bárbaro criar um corrente de "livros sem estante".


Você sabe onde é?

A próxima plantação, marcada para o dia 31 de outubro, será na praça onde fica esta árvore. Você sabe onde fica?
A árvore escolhida tem muitos galhos e mais baixos, imprescindível para a nossa terceira plantação, somente de livros infantis.
E por falar nisso, se você tiver livros infantis para doar (ou livros de qualquer tipo, na verdade) entre em contato, mande um e-mail e encontramos um modo de recolhê-los, ok?

A segunda plantação – mais que especial


Mantendo nossa ideia de fazer uma plantação por mês, no dia 25 de setembro fomos até Araçoiaba da Serra para nossa segunda plantação.
A escolha da Praça Central da cidade foi feita em conjunto com as responsáveis pela Associação de Convivência Novo Tempo, onde moram as cerca de 30 pessoas que plantaram os livros. Desta vez nós atuamos apenas como coadjuvantes. Os moradores adoraram essa oportunidade de inclusão social e nós, plantadadores-fundadores, constatamos que ações tão pequenas podem proporcionar imenso prazer a pessoas que quase sempre são marginalizados pela sociedade.
Chegamos cedo na Praça e escolhemos a árvore que serviria para pendurar os livros. Na verdade, como sempre, o acaso escolheu por nós. Ela era a única que servia com os galhos mais baixos e em quantidade para abrigar os livros.
Logo depois chegaram os moradores, acompanhados dos funcionários e da diretoria da Associação. Colocamos todos os livros na mureta em volta da árvore para que cada um escolhesse o livro que iria plantar.
E começamos a arremessar a fita de cetim, fixar o livro, colocar o marcador de livro e aplaudir cada livro plantado.  Precisamos dizer que viramos atração turística?
Pois é, justo a gente que queria fazer tudo na surdina, na calada da noite, desta vez estávamos na praça central e passagem obrigatória de todo mundo que vai para outras cidades, acompanhadas de pessoas, que reconheçamos, não são nada discretas.
E como estávamos felizes. Foi maravilhoso!
Uma das plantadoras do primeiro dia não foi e tivemos a companhia de uma plantadora-fundadora que no primeiro dia estava doente. Ela adorou tanto que era bonito parar só para observar como ela estava curtindo tudo aquilo.
Não podemos esquecer de contar que desta vez os marcadores de livros foram feitos pelos nossos convidados. Eles colaram nossa arte em papel cartão e cada um usou a imaginação em recortes de EVA para ilustrar o verso do marcador, e um laço de fita para arrematar o trabalho. Ficou lindo.
Duas garotinhas muito fofas chegaram para plantar livros também, no que foram atendidas. Elas ficaram super felizes e além de plantar, colheram livros e foram felizes para casa.
Acabada a plantação, momento de fotos, de observação do trabalho, que ficou diferente do primeiro dia, mas achamos mesmo que cada dia a plantação vai ficar de um jeito.
Ah! É preciso contar que mandamos fazer um banner do projeto. Tudo na base da vaquinha, como sempre, e deixamos na praça enquanto fomos conhecer a Associação Novo Tempo.  Ficamos por lá por mais ou menos uma hora, vendo os preparativos da Festa da Primavera deles e quando passamos novamente pela Praça, muitos livros já tinham sido colhidos e uma moça, dessas que seguram cartazes da campanha eleitoral já estava inclusive lendo um deles em plena praça. O banner ficou por lá e a Cris, da Associação, recolheu as fitas e o banner no final da tarde.
E foi assim a segunda plantação. Para quem segue o blog, desculpe a demora para contar as novidades.
Plantador  E.

A árvore escolhida
O banner chegou pra ser nosso companheiro inseparável


No meio da plantação
Breve mais fotos do segundo dia

Os livros da primeira plantação

Com essa correria toda, acabamos esquecendo de colocar aqui os livros que já estão rodando por aí e que foram plantados no dia 15 de agosto, na Praça do Campolim. Foi uma experiência deliciosa, a gente acordando antes da cidade e ver como é o encontro entre os boêmios e os madrugadores, tal como a música. E a gente lá, plantando livros. 
Esses são os livros. Você colheu algum? Leu? Gostou? Passou pra frente? Topa plantá-lo novamente?
Não podemos deixar de notar que nosso Machado é o autor  mais doado. Palmas para o Machado que amamos demais!!!

Relação de livros do primeiro dia do Pé de Livro:
O Último Magnata – F. Scott Fitzgerald
Travesssia – Juliana Simonetti
A aldeia – David Manet
Dom Juan  de Marco – Jean Blake White
Amor e Lixo – Ivan Klima
De Virgulino a Lampião – Ver a Ferreira
A Crônica do Alaska – Rudolf Steiner
Quincas Borba – Machado de Assis
Histórias e Causos – Orlando Vilas Boas
Espumas Flutuantes – Castro Alves
As boas Mulheres da China – Ximan
Mulheres de Cabul – Harriet Logan
Memórias de um Sargento de Milícias – Manuel A. de Almeida
Memórias de um Sargento de Milícias – Manuel A. de Almeida  (2)
Contos – Machado de Assis
Contos – Machado de Assis (2)
Dom Casmurro - Machado de Assis
Dom Casmurro - Machado de Assis (2)
A Sangue Frio  - Truman Capote
Um detetive muito louco – Nilton Tornero
As eternas coincidências – Paulo Mendes Campos
Os Estatutos do Homem – Thiago de Mello
Homens de Caranguejos – Josué de Castro
O Pagador de Promessas – Dias Gomes
Tempo de Poesia – Coletânea Global
Sonho de uma Noite de Verão – William Shakespeare
Um Sonho no Caroço do Abacate – Moacyr Scliar
Deixa que eu conto – (Global)
O Primo Basílio – Eça de Queirós
O Primo Basílio – Eça de Queirós (2)
O Primo Basílio – Eça de Queirós (3)
Aconteceu em Salzburgo – Hellen Mac
Quem conta um conto  - Objetivo
De uma vez por todas – Thiago de Mello
Relatório da Cia sobre o Che – Maurício Dias
Alô Chics – Glória Kalil
Auto da Barca do Inferno - Gil Vicente
Amar se aprende amando – Carlos Drummond de Andrade
Os Cadernos da Morte – Rainier Maria Rilke
Quatro Contos – Edgar Alan Poe e outros
Folclore em Sorocaba – Carlos Cavalheiro
Um certo capitão Rodrigo – Érico Veríssimo
O amuleto mágico – Ana Paula  de Cássia
Entre Vida e Morte - Casos de Polícia  - Fernando Bonssi
Poesia Marginal dos anos 70 – Samira Youssef
Lendas Negras – Júlio Emílio Braz

domingo, 15 de agosto de 2010

Paisagem

A paisagem urbana da terra rasgada acordou modificada este domingo. No meio de tantas outras mais verdes e mais frondosas, a pequena árvore de Pé de Livro chamou muita atenção. Colorida, mágica, sonhadora, poeta, linda.
Não havia quem não desviasse o olhar para ela, mesmo que discretamente, com o 'rabo do olho'. Os mais curiosos e menos tímidos se aproximavam. Era aí que começavam a brotar os sonhos, um a um.
Acompanhe a trajetória de cada palavra colhida nesse domingo. Frutifique.

Desfrute a leitura da sua colheita.
Abraço
Plantador S.

Primeiro livro plantado. Ainda era noite.



O dia começava a clarear e a árvore começava a ganhar as primeiras palavras


Mãos sonhadoras plantam poesia



O sol começava a surgir e o Pé de Livro já estava quase pronto


Paisagem começa a ficar modificada


Enfim, o sol


Uma árvore com uma sombra diferente


Detalhes finais


Pronta - e linda, no meio de tantas outras.


No começo da noite, com praticamente todos os livros colhidos.
Obrigado a todos que participaram da primeira colheita.




Durante o show, início da colheita


Quando começou o show no Campola, eu estava lá. Fazendo cara de paisagem, pois a ideia era ver como as pessoas interagiam com os livros, com a árvore.
E como ela foi fotografada!! Muita gente ficou assim, lendo, lendo, olhando todos eles, lendo o marcador, e ninguém se habilitava a colher.
Já estava achando que faltava um cartaz dizendo "colha seu livro, plante seu livro", afinal a ideia é que as pessoas colham os livros, mas também usem as fitas para plantar...quando uma família começou a rodar diante do "Pé de Livro".
Pai, mãe e uma garotinha (acho).
A menina: - Olha, o folclore sorocabano! (e folheia que folheia o livro de Carlos Cavalheiro).
Minha atenção volta-se para o palco e quando volto a olhar para a árvore, eis que a mulher está colhendo o livro da também sorocabana Juliana Simonetti, Travessia.
Desculpe o bairrismo, mas nada podia ser mais comovente do que ver que entre tantos livros expostos - e estavam lá ainda os quase 50 -  a família escolher os de autoria de dois sorocabanos, o Folclore e Travessia.
Logo depois uma outra mulher, chega perto da árvore, olha, lê o marcador e colhe seu livro com segurança.
Quando ela passa por mim, com roupa de caminhada, tento descobrir o título, mas não dá.
Logo adiante, ainda olhando para ela, noto que ela se abaixa e recolhe uma garrafa de suco que alguém jogou no chão e coloca na lixeira.
Adorei! Aposto que podemos contar com ela nas próximas plantações/colheitas.
Fiquei com o coração apertado de ver tantos marcadores no chão (temos que descobrir um jeito que eles não se desprendam com um vento semelhante ao de hoje).
Vou-me chegando perto da árvore e recolho 5 marcadores, começo a colocar nos livros órfãos. Tem um livro tão alto que peço ajuda a um homem bem alto que estava lá, recolhendo o seu "Auto da Barca do Inferno". (quanto alto/auto aqui). Ele gentil, recoloca enquanto seguro seu livro.
Continuo olhando e uma moça me pergunta: - Será que pode pegar?
E eu, como jurei não influenciar em nada, respondo que não sei, mas tem uma explicação no marcador, e é minha deixa pra começar a ler e me distanciar. Ela escolhe um livro e leva até mesmo a fita, que graça.
Foi bom demais observar o primeiro dia, mas agora, já de noite, não sei se todos foram colhidos, não voltei lá e não sei ainda se algum dos plantadores voltou. É o risco que se corre, sempre.
Mas já estamos planejando  a próxima plantação.
Se você colheu um livro, escreva-nos.
Se quer doar um livro para a próxima plantação, escreva-nos.
Se quer saber onde será a próxima, escreva-nos ou nos siga no twitter.
Divulgue essa ideia, plante você também.
Liberte um livro da sua estante. Deixe que alguém partilhe das palavras contidas nele.

Plantador E

A primeira que parou

Girou, girou, folheou os livros, leu um pouco de cada um e foi embora sem levar nada.
Acho que ficou com pena de desarrumar nosso presente para a cidade.